Um dos assuntos que mais atormenta a
mente de casais de namorados cristãos é a questão do sexo no namoro.
Por um lado o mundo prega que o importante é o amor e que está tudo
liberado desde que os dois se amem e se previnam usando camisinha,
afinal, podem ficar doentes com DSTs, podem ter uma gravidez indesejada,
etc. Por outro lado vários líderes cristãos apontam que a Bíblia diz
que sexo no namoro é pecado. Ainda existe outro lado a se considerar que
é o “poder” dos hormônios, que também fazem uma pressão significativa
sobre o casal e tentam a todo custo convencê-los de que atender aos
desejos hormonais é o que vale.
Qual postura tomar diante
das opiniões do mundo, de líderes cristãos e dos próprios hormônios? Eu
prefiro adotar a postura bíblica, já que a Bíblia é nosso manual de fé e
prática, contém a vontade de Deus para nossas vidas em diversas áreas,
inclusive na área sexual. Vejamos então se biblicamente o sexo no namoro
é aceitável:
Eu acho bastante interessante a posição adotada pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 7.9: “Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.”.
Parece bem óbvio que Paulo está falando aqui para aqueles que não estão
mais aguentando a vontade de transar. Algo bem parecido com o que
acontece hoje com alguns casais de namorados. Se sexo antes do casamento
fosse aceitável, não estaria mais de acordo que Paulo orientasse que se
o casal se amasse e fosse compromissado um com o outro fizesse logo
sexo para acalmar esses hormônios? Por que será que Paulo orientou que
primeiro se casassem para só depois desfrutarem do sexo? Parece bem
claro que além do compromisso já assumido desse casal, eles deveriam
avançar na direção de um compromisso maior (e aceitável) perante a
sociedade e perante Deus. Paulo chamou esse compromisso de casamento. A
palavra grega usada por Paulo nesse texto é “gameo” e significa “contrair núpcias, tomar por esposa, casar-se, dar-se em casamento”. Ou
seja, está claro aqui o valor do casamento. O mundo minimiza esse
valor, mas a Bíblia o maximiza e o coloca acima de nossos desejos
hormonais e da opinião pecaminosa do mundo.
Em 1 Coríntios 6.18 vemos também algo importante sobre essa questão: “Fugi
da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do
corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio
corpo.”. A palavra grega usada para “impureza” nesse texto é “porneia” e é aplicada com o significado de “relações sexuais ilícitas”.
No contexto do texto apresentado, que fala sobre a união do crente com
Cristo e da “união” do crente com o pecado, Paulo usa o exemplo de uma
união sexual com uma prostituta (Veja em 1 Co 6.16). Nesse sentido fica
claro que temos aqui uma clara menção, dentre as várias formas de
imoralidades sexuais, do sexo antes do casamento como sendo impureza e
imoralidade, coisa que representa um pecado e da qual devemos fugir.
Temos ainda o famoso e primeiro texto bíblico que fala sobre a questão da união de um casal: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gênesis 2.24). Esse texto nos traz uma ideia bem clara sobre a vontade de Deus no relacionamento de um casal! Homem e mulher tornam-se “uma só carne” – expressão usada para a relação sexual – após assumirem um compromisso um com outro e perante a sociedade – “deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher”. É evidente que o texto fala do sexo dentro de uma união de casamento!
Porém,
alguns sempre argumentam: Mas na Bíblia não existiam cartórios! Alguns
personagens se conheciam e em pouco tempo já tinham relações sexuais,
sem estarem casados “no papel”, pois não existia nem papel (Exemplo:
Isaque e Rebeca). Outros ainda argumentam que o importante é o amor e
não o papel, e que o compromisso de casamento (que chamam de papel) só
atrapalha.
Esses questionamentos revelam um pouco de ignorância por
desconhecimento do texto bíblico. É verdade que os cartórios da
atualidade, que têm a função de registrar diversos tipos de questões
perante a lei, inclusive os casamentos, não existiam na época bíblica.
Porém isso não significa que na época bíblica a coisa era liberada, que
cada um transava com quem queria e tudo bem, e Deus aplaudia tudo isso.
Na época patriarcal, por exemplo, os patriarcas detinham autoridade
perante a sociedade organizada. Eles e outras lideranças tinham poder de
validar ou não questões e negócios. Podiam inclusive julgar causas.
No
caso, por exemplo, do casamento de Isaque e Rebeca, Abraão constitui um
procurador que fosse encontrar uma esposa para seu filho Isaque diante
de seus parentes longínquos. Esse procurador encontrou essa esposa,
colocou a questão do casamento perante a família dela e perante Rebeca.
Todos foram favoráveis. Após isso o “contrato” de casamento estava feito
e sacramentado perante todos os envolvidos e perante a sociedade que os
envolvia. Assim, Rebeca, a partir daquele momento era oficialmente a
esposa de Isaque. Após isso, e apenas após isso, Isaque se deitou com
Rebeca (Gênesis 24 – conferir versículo 67).
Além disso, no tempo
em que o povo Israelita recebeu de Deus “a Lei”, constava nela que Deus
permitiria o divórcio em alguns casos por causa do coração duro do ser
humano, e que mediante esse desejo do casal deveria ser expedida uma
carta de divórcio (Deuteronômio 24.1-4). Se existia a necessidade dessa
regra diante de um divórcio, é bem óbvio que existia também claramente
perante a sociedade o compromisso do casamento bem fundamentado e
documentado. O próprio Jesus discorreu sobre isso (Veja Mateus 5.31).
Assim, esse argumento de a Bíblia não falar sobre a legalização de uma
união matrimonial é furado.
Ainda quero ressaltar que não existe
nenhuma menção positiva na Bíblia do sexo praticado antes do casamento e
nem qualquer orientação ou incentivo a respeito da prática de sexo
antes do casamento. Pelo contrário, essa atitude é enquadrada como
pecado: “e que, quando for outra vez, o meu Deus me humilhe
perante vós, e chore eu sobre muitos daqueles que dantes pecaram, e
ainda não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram.” (2 Coríntios 12.21 – Grifos meus – Cf. Gálatas 5.19; Colossenses 3.5). Todas
as palavras grifadas apontam para um uso errado da sexualidade. Observe
a ênfase no uso de três palavras diferentes para enquadrar tais
práticas! Isso mostra uma preocupação grande com os absurdos praticados e
o quanto desagradam a Deus.
A menção positiva e o incentivo que
vemos na Bíblia é ao casamento como algo vindo de Deus para a bênção do
ser humano. O uso da sexualidade é abençoado – apenas – dentro dele: “Digno
de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula;
porque Deus julgará os impuros e adúlteros.” (Hebreus 13.4).
Observe que se o matrimônio é digno de honra, as outras formas de união
entre o casal que estão fora do padrão de Deus são desonrosas, o que é
claramente apontado pelo trecho “porque Deus julgará os impuros e adúlteros”.
O casamento é digno de honra porque é instituição divina. As outras
formas de união são invenções humanas e visam agradar somente ao desejo
pecaminoso do coração humano.
Assim vemos que está bastante claro
que o mundo não tem razão em sua posição sobre o sexo fora do casamento,
nem aquilo que os nossos hormônios nos dizem tem razão. A razão está na
Bíblia Sagrada e, conforme foi demonstrado acima, ela não apoia o sexo
fora da união do casamento, ou seja, se quer manter um namoro santo,
deve se guardar para desfrutar a vida sexual dentro daquilo que Deus nos
orienta em Sua Palavra.
Se não estão aguentando a pressão, se
estão, como Paulo disse “abrasados”, então é melhor que assumam a sua
responsabilidade um com o outro e se casem.
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